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Casamento na Idade média

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Antes de escrever sobre o casamento é importante mencionar que este se apresenta na história da humanidade há muito tempo. Hoje em dia é um acontecimento ímpar na vida de muitas pessoas, se baseia principalmente nos laços de amor entre ambas às partes envolvidas. Para a sociedade da Idade Média o casamento também era uma prática social de extrema importância, e diferente dos dias contemporâneos, este ato matrimonial se fundamentava em outros aspectos. Assim, a seguir serão abordadas as características do casamento medieval.

A Idade Média é marcada por um confronto de ideologias, as quais disputam a hegemonia econômica, politica e social. Desta forma, um ato com a importância que o casamento possuía não passaria despercebido aos elementos conflitantes. Portanto ele se torna um instrumento poderoso e muito disputado no período. Nesta rixa pelo matrimônio emergiram dois modelos de casamento, onde ambos traziam as concepções e os interesses dos quais eram representantes (DUBY, 1989, p. 12). Assim vem a tona o modelo leigo, fortemente ligado a moral e aos costumes da aristocracia, e o modelo eclesiástico, baseado nos princípios e moral cristã.

O casamento laico era um acerto entre as partes envolvidas, geralmente ambas da aristocracia, na finalidade de ampliar tanto econômica quanto socialmente o seu poder sobre as demais parcelas da sociedade. Formava-se um grupo de aristocratas que através do seu modelo de casamento mantinham o padrão de sociedade existente.

Para falar do modelo eclesiástico é interessante ressaltar que o mesmo passou por diferentes momentos. Inicialmente era desprezado, mas aceito, pois de todos os males era o menor. Neste momento a Igreja Cristã pregava que para se chegar à salvação os fiéis deviam praticar da continência e da virgindade, assim, o matrimônio era aceito para impedir as relações extraconjugais. Esta visão de casamento foi reformulada dentro do próprio meio clerical, principalmente no século IX com a Europa ocidental praticamente sobre domínio dos carolíngios e a partir das reformas gregorianas do século XI.

Dos modelos mencionados, o segundo de cunho cristão saiu vitorioso na disputa entre aristocracia e Igreja. O casamento medieval então terminou como uma união entre os dois padrões existentes reformulados sobre a tutela da Igreja Cristã. Com base nesta guarda sobre o matrimônio o poder eclesiástico tratou de moldar esta prática social para assegurar os seus interesses.

 

Portanto, o casamento sob a chancela cristã se baseava como uma instituição divina onde não se deveriam possuir concubinas, a castidade da esposa deveria ser respeitada, a virgindade deveria ser mantida até a noite de núpcias, o ato carnal sempre visava à procriação e não ao prazer, a esposa não poderia ser repudiada e o incesto era proibido até o quarto grau de parentesco (VAINFAS, 1992, p. 19).

 

Portanto, o casamento passou por tutelas diferentes, foi discutido, repensado, institucionalizado e sacralizado. Ele se manteve como uma prática social, mas foi utilizado como um instrumento de adequação e definição das ações sociais da Idade Média.

REFERÊNCIAS

DUBY, G. Idade Média, idade dos homens: do amor e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.


MACEDO, J. R. A mulher na Idade Média. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2002.


VAINFAS, R. Casamento, amor e desejo no Ocidente Cristão. 2 ed. São Paulo: Ática S.A., 1992.

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Sobre o autor do verbete: Jian Antônio dos Santos Fernandes foi  graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria- UFSM. | E-mail:jiansantos@hotmail.comCurrículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7524935896469041 | Info.: XXXXX.

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